Polêmica começou após advogado de Gil Rugai relacionar um vídeo desaparecido, tráfico de drogas e o assassinato do pai e madrasta.
A pergunta que ficou ao final das 13 horas do segundo dia de julgamento do caso Gil Rugai, nesta terça-feira, é se a defesa vai conseguir provar nos próximos dias a relação entre um vídeo desaparecido, o tráfico internacional de drogas e o assassinato de Luiz Carlos Rugai e a mulher Alessandra Fátima Troitino, ambos supostamente assassinados pelo filho, o próprio Gil Rugai.
A polêmica sobre o assunto foi anunciada antes das 12h, quando o advogado Thiago Anastácio e o assistente de acusação Ubirajara Mangini bateram boca. Ubirajara questionava a razão de a defesa relacionar a apreensão de 300 quilos de cocaína no Aeroclube de Itú à família da testemunha que estava sendo ouvida, o instrutor de voo de Luiz Carlos Rugai, Alberto Bazaia Neto. O instrutor contava que, a quatro dias de ser assassinado, o pai de Gil "desabafou" com ele sobre o medo que sentia do filho. "Ele é um menino muito perigoso", teria dito Bazaia Neto.
A dúvida da porta
Depois de matar Luiz Carlos, disse o advogado da defesa Marcelo Feller ao final da sessão, o "verdadeiro assassino" poderia ter arrombado a porta para procurar um vídeo "desaparecido" com imagens do voo que o pai de Gil realizou no domingo em que morreu: "O Luiz Carlos tinha acabado de começar a filmar o lugar onde estava tendo aula de voo, exatamente o lugar apontado como ponto de entrada e saída de droga do Brasil".
Questionado sobre o que foi filmado, ele respondeu: "Boa pergunta! O que filmou eu não sei. O promotor disse que nada de valor foi levado do local. Mas a pergunta que se faz é: e o que só tinha valor para alguém em especial? […] Hoje eu tenho uma tremenda dúvida sobre aonde foi parar esse vídeo".
Acusação
Questionado sobre a estratégia da defesa, o promotor do caso, Rogério Leão Zagallo, demonstrou surpresa. Depois de confirmar a pergunta, ele lembrou que "esse processo tramita há 9 anos. Nunca se cogitou isso".
Zagallo disse que pretende trabalhar para desconstruir essa tese. "Mas sinceramente não acredito. Vou aguardar a defesa com bastante ansiedade, curiosidade para ver quais argumentos eles vão apresentar para demonstrar essa versão. A relevância das filmagens e a morte de Luiz Rugai".
Nathalia Cirillo
O estudante Gil Rugai foi condenado a 33 anos e 9 meses em regime fechado pelo assassinato de seu pai, Luis Rugai, e de sua madrasta, Alessandra Troitino, ocorrido em março de 2004.
ResponderExcluirNa sentença, o juiz Adilson Paukoski Simoni chamou o condenado de dissimulado e "extremamente perigoso". Entretanto, determinou que ele poderá recorrer em liberdade. Segundo o juiz, Rugai pode pedir progressão para o regime semiaberto com o cumprimento de 5 anos, 7 meses e 15 dias de pena. Rugai já cumpriu cerca de dois anos de pena.
A sentença é o resultado de cinco dias de julgamento, encerrado nesta sexta-feira (22) no Fórum da Barra Funda, em São Paulo. Neste período, foram ouvidas 15 testemunhas (sendo cinco de acusação, sete de defesa e três do juízo), além do réu, que foi interrogado pelo juiz, por seus advogados e pelo promotor.
O promotor Rogério Leão Zagallo criticou a pena imposta a Gil Rugai nesta sexta-feira, após o quinto e último dia de julgamento no Fórum Criminal da Barra Funda. O réu foi condenado a 33 anos e 9 meses de reclusão por matar seu pai Luiz Rugai e sua madrasta, Alessandra de Fátima Troitiño, em 28 de março de 2004. O juiz Adilson Paukoski Simoni decretou a pena e afirmou que Gil poderá recorrer em liberdade.
ResponderExcluirO réu só poderá pedir progressão do regime após cumprir um sexto da pena – e, como já ficou cerca de dois anos e meio na cadeia, deverá permanecer na prisão por apenas mais dois anos.
O advogado afirmou ainda que deixa o plenário com a sensação de dever cumprido e ressaltou que as críticas feitas à maneira com que levou o julgamento só serviram para fortalecer a acusação. "Saio com a sensação de dever cumprido. Me senti impulsionado a conseguir essa vitória, a aplicar a justiça desde o início do julgamento. Ouvia comentários de que minha acusação era ridícula, tudo isso fez, durante essa semana, me concentrar cada vez mais pra mostrar que a acusação não era ridícula, com provas contundentes.