quarta-feira, 17 de abril de 2013

JOSEPH MITCHELL


Nascido em 1908, no sul dos Estados Unidos. Filho de agricultor, ele foi um dos repórteres mais talentosos da revista The New Yorker. Joseph tinha total liberdade na revista, ele podia escrever o que quisesse, no tempo que precisasse. Morreu de câncer em 1996.

Joseph Mitchell é um dos nomes mais respeitados da prosa de não-ficção americana. Seu estilo, ricamente sintético e informativo, possui uma elegância inusual e a exatidão obstinada dos grandes escritores. Os perfis e pequenas reportagens de Mitchell ajudaram a criar os paradigmas de um novo tipo de jornalismo que se configurava lentamente nos Estados Unidos, e que teve seu auge na turbulenta década de 1960: francamente narrativa e construída a partir de uma inédita posição subjetiva, como a prosa marcada por uma linguagem diferente da que era usualmente utilizada em jornais e revistas, a escrita jornalística foi elevada a categoria de arte. Porém, se é certo que esse jornalismo literário norte-americano foi responsável por uma reviravolta na gramática e mentalidade dos meios de comunicação, também seria correto afirmar que, para conquistar seu espaço e atrair leitores, ele teve que se ater principalmente a personalidades extravagantes e grandes acontecimentos históricos. Seu espaço de excelência foi o dramático e fora do comum, simplesmente porque para se narrar o mundo ordinário dos homens necessita-se de uma sensibilidade que é o avesso do próprio espírito comercial do jornalismo: uma apaixonada vocação para o insignificante. Opor crônicas de famílias mafiosas ao cotidiano de ciganos maltrapilhos; enxergar a idade secular de um relógio de parede enquanto o homem pisa, tateante, na Lua; preterir o glamour de astros e produtores de roque a música dos tristes solistas de metrô; os cuidados que um jardineiro dedica às suas rosas e orquídeas numa praça qualquer aos horrores secessivos de um assassinato brutal. Joseph Mitchell, nesse sentido, foi um gigante em tom menor: sua prosa magistral só alcança o cotidiano do anonimato. Talvez por isso, pela sublime monumentalidade que desvendou nos hábitos mais mínimos, pela vitória que infligiu ao tempo, seu nome seja uma das referências capitais de um movimento de cuja participação, inclusive, desconhecia. Com seus perfis e reportagens sobre miudezas, tornou-se um clássico involuntário; e, mesmo que a Nova Iorque de seu trabalho tenha perecido e seja apenas sombra de segundos nunca mais repetidos, são inegáveis o frescor e a atualidade de sua prosa e a perseverança de sua imaginação.



                                                                                                                                      Nathalia Cirillo

O estranho socialismo de Chico Buarque


O secretário da cultura de São Paulo, Juca Ferreira, informa que, apesar de todos os esforços e apelos, Chico Buarque se recusou a tocar na Virada Cultural, prevista para 18 de maio.
Há três meses, Chico está no topo da lista dos artistas pedidos para o evento. A enquete, votada por internautas, já teve mais de 800 mil votos. É estranho.
Estranho especialmente vindo de Chico Buarque, cuja imagem está associada à democratização da sociedade e, especialmente, ao socialismo.
Digo isso porque para ir aos seus seus shows há uma enorme barreira de renda, acessível aos mais ricos.
A Virada Cultural seria uma chance de muita gente ver um dos indivíduos mais talentosos da cultura brasileira, cujas letras e músicas são fontes de inspiração e prazer há décadas.
No mínimo, seria uma homenagem à cidade em que foi educado, projetou-o nacionalmente por meio dos festivais e onde seu pai foi tão marcante.


Rodrigo Fabretti

Biografia de Hilda Hilst

A poeta, escritora e dramaturga Hilda Hilst nasceu em 21 de abril de 1930, na cidade interiorana de Jaú, no Estado de São Paulo. Era a única filha de Apolônio de Almeida Prado Hilst, fazendeiro, jornalista, poeta e ensaísta, e de Bedecilda Vaz Cardoso. Quando ainda era muito nova, seus pais decidiram se separar, e assim ela se transferiu com a mãe para Santos. Seu pai passou boa parte da existência, a partir dos 35 anos, internado em um sanatório, na cidade de Campinas, pois era portador de uma esquizofrenia incurável.
Hilda era admirada e desejada por empresários, poetas, até mesmo Vinicius de Moraes, e artistas os mais diversos, por possuir uma beleza sem igual. Em 1950 ela publica sua primeira obra, Presságio, seguida de Balada de Alzira, editada em 1951. Com o término da Faculdade, ela lança Balada do Festival.
Em 1957 ocorre um fato curioso, a escritora parte para a Europa e vivencia um breve namoro com o ator Dean Martin. Ela segue se dedicando cada vez mais à literatura, inspirando seu primo José Antônio de Almeida Prado a compor a Canção para soprano e piano, entre outras obras, e influenciando também os compositores Adoniran Barbosa e Gilberto Mendes. No ano de 1966 ela toma uma decisão crucial em sua vida e na sua carreira literária, transferindo-se para a Casa do Sol, chácara localizada perto de Campinas, em busca da solidão para melhor desenvolver seu processo criativo. Ali ela reuniu, ao longo de muitos anos, escritores e artistas.
A escritora produziu uma vasta obra, por um período de quase cinquenta anos, recebendo por ela os prêmios mais importantes da Literatura e da Dramaturgia, como o Prêmio PEN Clube de São Paulo, pelo livro Sete Cantos do Poeta para o Anjo, e o Prêmio Anchieta pela peça O Verdugo.
Em 1968 ela se casa com o escultor Dante Casarini, passando a residir com ele no mesmo refúgio em que se encerrara para produzir sua obra, tão irreverente quanto o comportamento da escritora, muito moderno para sua época, abordando temas como o homossexualismo e o lesbianismo. Ela escreveu, entre outros, Presságio, Balada de Alzira Balada do festival, Roteiro do Silêncio, Trovas de muito amor para um amado senhor, Ode Fragmentária ( Poesia); Fluxo – Floema, Qadós, Ficções (Ficção); A Possessa, O rato no muro, O visitante (Teatro). Hilda Hilst partiu desta vida em 4 de fevereiro de 2004, em Campinas.

Link para pesquisa
Comentário:Grande poeta, dramaturga e romancista brasileira: Hilda Hilst, ganhou importantes  prêmios literários brasileiros. A principal característica de suas obras é escrever poesias e ficção com temas muito próximos a ela, que abordavam na maioria das vezes temas polêmicos, como homossexualidade e a insanidade.
Larissa Karoline


terça-feira, 16 de abril de 2013

Autora escreve livros "ao vivo" pelo Google Docs


Ferramente permite que os usuários vejam a história ser escrita em tempo real.


A autora de livros Silvia Hartmann decidiu fazer duas coisas que vão contra os ideais da maioria dos escritores da atualidade. Primeiro: mostrar seu livro antes de estar terminado e segundo: gratuitamente.

A alemã é a primeira escritora do mundo a escrever um romance “ao vivo”, pelo Google Docs. Qualquer pessoa, que tenha acesso à internet, pode acompanhar o desenvolvimento de suas histórias, dia após dia, palavra por palavra. É como ver um livro surgir aos poucos, o que faz com que esse novo jeito de escrever lembre muito com o formato de uma novela.

Nessa quarta-feira, 12 de setembro de 2012, Silvia começou a escrever seu primeiro livro nesse formato. Em  algumas horas, os internautas puderam ver o início de "The Dragon Lords” ser escrito. A ferramenta do Google permite que as pessoas acompanhem o arquivo conforme o autor vai escrevendo, letra por letra.

“É uma oportunidade incrível para mim, como escritora, ultrapassar o limite da relação entre o autor e o leitor. Está sendo incrível saber que as pessoas estão vendo cada palavra, parágrafo e capítulo que escrevo”, disse a autora em recente entrevista.

Silvia criou, inclusive, um projeto, chamado “The Naked Writer” (algo como “A escritora nua”), que defende, justamente, a ideia de escrever de forma colaborativa. Ela, que já publicou diversos livros da maneira "convencional", divulgou seu novo romance pelas redes sociais e está sempre em busca de feedback. Os leitores podem comentar sobre a história e fazer sugestões enquanto a história está sendo escrita.

Larissa Karoline

Notícia - Festival vai debater literatura policial em São Paulo


A cidade de São Paulo ganhará mais um espaço para debater literatura: Entre os dias 19 e 22 de setembro, será realizada na sede da Associação dos Advogados de São Paulo (AASP), no Centro, a 1ª edição do Pauliceia Literária. O evento tem curadoria de Christina Baum, que já esteve na organização de encontros como a Flip e os festivais literários da Palestina e de Londres, e será aberto ao público em geral.
Como se trata de um projeto organizado por advogados, nada mais natural que o foco dos debates seja nos assuntos que lhes são caros. Patrícia Melo, uma das principais autoras brasileiras do gênero policial, será, claro, homenageada nesta edição. Ela fará a conferência de abertura, dará uma oficina literária exclusivamente para advogados e participará de outros momentos.
"Vamos homenagear uma autora que se caracteriza por uma literatura conectada com o direito, embora absolutamente desconectada do direito técnico. Seus personagens têm uma riqueza psíquica fantástica e ela lida com a mente do criminoso e com a figura do crime, e não há nada mais vinculado à advocacia do que a figura do crime", diz Luís Carlos Moro, diretor cultural da AASP e "leitor compulsivo" da obra de Patrícia, na apresentação do evento, em São Paulo.
A programação, no entanto, não se restringirá a crime, suspense e mistério. Haverá mesas sobre ensaio e poesia, entre outros temas. Obras que têm São Paulo como cenário também estarão em pauta. Além de Patrícia, já estão confirmados os portugueses Miguel Sousa Tavares e Valter Hugo Mãe, o cineasta francês Philippe Claudel, o britânico Richard Skinner, os americanos Scott Turow e William Landay, o mexicano que vive no Brasil Juan Pablo Villalobos e os brasileiros Laurentino Gomes, Tony Bellotto, Alberto Mussa, Michel Laub e Maria José Silveira. Serão cerca de 25 autores e a programação completa deve ser divulgada em agosto.
"Queremos criar o diálogo entre o direito e a literatura e estimular a troca cultural. A palavra é a ferramenta do advogado. Para ser um bom escritor, um bom orador, ele deve ser, também, um bom leitor", comenta Christina Baum.
Para preparar o público para o festival, serão realizados a partir do mês de maio clubes de leitura na AASP e em outros locais, como a Livraria Cultura, parceira do evento. A agenda ainda será anunciada.
O site http:// www.pauliceialiteraria.com.br já está no ar. Em breve, haverá uma versão em inglês. Os ingressos começam a ser vendidos em 19 de agosto, mas os preços ainda não estão definidos - associados, estudantes de terceira idade pagam meia.
Fonte: Estadão.
Barbara Demerov

Estamira

Dirigido por Marcos Prado e reconhecido internacionalmente, o documentário homônimo conta a história de Estamira, uma senhora com problemas mentais que vive em um aterro sanitário no Rio de Janeiro. Estamira chama a atenção por representar a linha tênue entre a lucidez e a loucura. Seus questionamentos apontavam temas como Deus, família, existência, etc...


"Foi fascinante. Ela era quase que uma profetisa dos dias atuais, uma pessoa muito legítima. Jamais montamos suas frases na edição. Todos os discursos incluídos no filme são contínuos. Ela acreditava ter a missão de trazer os princípios éticos básicos para as pessoas que viviam fora do lixo onde ela viveu por 22 anos. Para ela, o verdadeiro lixo são os valores falidos em que vive a sociedade", comentou o diretor sobre a experiência de gravar o documentário. 

Estamira morreu por negligência do Hospital Miguel Couto, no Rio de Janeiro, após ficar abandonada nos corredores sem nenhum atendimento, vítima de uma infecção generalizada. A Secretaria Municipal de Saúde negou as acusações e informou que Estamira não havia sido acomodada nos corredores da unidade.
Cauê Lira