quarta-feira, 17 de abril de 2013

Biografia de Hilda Hilst

A poeta, escritora e dramaturga Hilda Hilst nasceu em 21 de abril de 1930, na cidade interiorana de Jaú, no Estado de São Paulo. Era a única filha de Apolônio de Almeida Prado Hilst, fazendeiro, jornalista, poeta e ensaísta, e de Bedecilda Vaz Cardoso. Quando ainda era muito nova, seus pais decidiram se separar, e assim ela se transferiu com a mãe para Santos. Seu pai passou boa parte da existência, a partir dos 35 anos, internado em um sanatório, na cidade de Campinas, pois era portador de uma esquizofrenia incurável.
Hilda era admirada e desejada por empresários, poetas, até mesmo Vinicius de Moraes, e artistas os mais diversos, por possuir uma beleza sem igual. Em 1950 ela publica sua primeira obra, Presságio, seguida de Balada de Alzira, editada em 1951. Com o término da Faculdade, ela lança Balada do Festival.
Em 1957 ocorre um fato curioso, a escritora parte para a Europa e vivencia um breve namoro com o ator Dean Martin. Ela segue se dedicando cada vez mais à literatura, inspirando seu primo José Antônio de Almeida Prado a compor a Canção para soprano e piano, entre outras obras, e influenciando também os compositores Adoniran Barbosa e Gilberto Mendes. No ano de 1966 ela toma uma decisão crucial em sua vida e na sua carreira literária, transferindo-se para a Casa do Sol, chácara localizada perto de Campinas, em busca da solidão para melhor desenvolver seu processo criativo. Ali ela reuniu, ao longo de muitos anos, escritores e artistas.
A escritora produziu uma vasta obra, por um período de quase cinquenta anos, recebendo por ela os prêmios mais importantes da Literatura e da Dramaturgia, como o Prêmio PEN Clube de São Paulo, pelo livro Sete Cantos do Poeta para o Anjo, e o Prêmio Anchieta pela peça O Verdugo.
Em 1968 ela se casa com o escultor Dante Casarini, passando a residir com ele no mesmo refúgio em que se encerrara para produzir sua obra, tão irreverente quanto o comportamento da escritora, muito moderno para sua época, abordando temas como o homossexualismo e o lesbianismo. Ela escreveu, entre outros, Presságio, Balada de Alzira Balada do festival, Roteiro do Silêncio, Trovas de muito amor para um amado senhor, Ode Fragmentária ( Poesia); Fluxo – Floema, Qadós, Ficções (Ficção); A Possessa, O rato no muro, O visitante (Teatro). Hilda Hilst partiu desta vida em 4 de fevereiro de 2004, em Campinas.

Link para pesquisa
Comentário:Grande poeta, dramaturga e romancista brasileira: Hilda Hilst, ganhou importantes  prêmios literários brasileiros. A principal característica de suas obras é escrever poesias e ficção com temas muito próximos a ela, que abordavam na maioria das vezes temas polêmicos, como homossexualidade e a insanidade.
Larissa Karoline


3 comentários:

  1. Alguns Premios de Hilda: Prêmios:

    Em 1962, o Prêmio PEN Clube de São Paulo, por Sete cantos do poeta para o anjo (Massao Ohno Editor, 1962).

    Em 1969, a peça O Verdugo arrebata o prêmio Anchieta, um dos mais importantes do país na época. A Associação Paulista dos Críticos de Arte (Prêmio APCA) considera Ficções (Edições Quíron, 1977) o melhor livro do ano.

    Em 1981, Hilda Hilst recebe o Grande Prêmio da Crítica para o Conjunto da Obra, pela mesma APCA.

    Em 1984, a Câmara Brasileira do Livro concede o Prêmio Jabuti a Cantares de perda e predileção (Massao Ohno - M. Lídia Pires e Albuquerque editores, 1983), e, no ano seguinte, a mesma obra recebe o Prêmio Cassiano Ricardo (Clube de Poesia de São Paulo).

    Em 1993, Rútilo Nada. A obscena senhora D. Qadós, (Pontes - 1993) recebe o Prêmio Jabuti como melhor conto. Os dados acima foram obtidos em livros da e sobre a autora, sites na Internet e nos Cadernos de Literatura Brasileira (IMS) - número 8, outubro de 1999.

    Agraciada, em 2002, com o Prêmio Moinho Santista - 47ª edição, categoria poesia.

    Agraciada, em 2003, pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), na área de literatura, com o Grande Prêmio da Crítica pela reedição de suas "Obras completas".


    Rodrigo Bifani

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  2. Comentário de Barbara Demerov:

    "Poema de Hilda: Porque há desejo em mim, é tudo cintilância. Antes, o cotidiano era um pensar alturas Buscando Aquele Outro decantado Surdo à minha humana ladradura. Visgo e suor, pois nunca se faziam. Hoje, de carne e osso, laborioso, lascivo Tomas-me o corpo. E que descanso me dás Depois das lidas. Sonhei penhascos Quando havia o jardim aqui ao lado. Pensei subidas onde não havia rastros. Extasiada, fodo contigo Ao invés de ganir diante do Nada."

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  3. "Isso de mim que anseia despedida (Para perpetuar o que está sendo) Não tem nome de amor. Nem é celeste Ou terreno. Isso de mim é marulhoso E tenro. Dançarino também. Isso de mim É novo: Como quem come o que nada contém. A impossível oquidão de um ovo. Como se um tigre Reversivo, Veemente de seu avesso Cantasse mansamente. Não tem nome de amor. Nem se parece a mim. Como pode ser isto? Ser tenro, marulhoso Dançarino e novo, ter nome de ninguém E preferir ausência e desconforto Para guardar no eterno o coração do outro." - Hilda Hilst

    Cauê Lira

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