Narração consiste em
arranjar uma sequência de fatos na qual os personagens se movimentam num
determinado espaço à medida que o tempo passa. O texto narrativo é baseado na
ação que envolve personagens, tempo, espaço e conflito. Seus elementos são:
narrador, enredo, personagens, espaço e tempo.
Dessa forma, o texto narrativo apresenta uma determinada estrutura:
Esquematizando temos:
- Apresentação;
- Complicação ou desenvolvimento;
- Clímax;
- Desfecho.
Dessa forma, o texto narrativo apresenta uma determinada estrutura:
Esquematizando temos:
- Apresentação;
- Complicação ou desenvolvimento;
- Clímax;
- Desfecho.
Os
elementos que compõem a narrativa são:
- Foco narrativo (1º e 3º pessoa);
- Personagens (protagonista, antagonista e coadjuvante);
- Narrador (narrador-personagem, narrador-observador).
- Tempo (cronológico e psicológico);
- Espaço.
- Foco narrativo (1º e 3º pessoa);
- Personagens (protagonista, antagonista e coadjuvante);
- Narrador (narrador-personagem, narrador-observador).
- Tempo (cronológico e psicológico);
- Espaço.
Podemos
ver esses elementos nesse texto:
Tragédia brasileira
Misael,
funcionário da Fazenda, com 63 anos de idade.
Conheceu Maria Elvira na Lapa prostituída com sífilis, dermite nos dedos, uma aliança empenhada e os dentes em petição de miséria.
Misael tirou Maria Elvira da vida, instalou-a num sobrado no Estácio, pagou médico, dentista, manicura... Dava tudo quanto ela queria.
Quando Maria Elvira se apanhou de boca bonita, arranjou logo um namorado.
Misael não queria escândalo. Podia dar urna surra, um tiro, urna facada. Não fez nada disso: mudou de casa.
Viveram três anos assim.
Toda vez que Maria Elvira arranjava namorado, Misael mudava de casa.
Os amantes moraram no Estácio, Rocha, Catete, Rua General Pedra, Olaria, Ramos, Bom Sucesso, Vila Isabel, Rua Marquês de Sapucaí, Niterói, encantado, Rua Clapp, outra vez no Estácio, Todos os Santos, Catumbi, Lavradio, Boca do Mato, Inválidos...
Conheceu Maria Elvira na Lapa prostituída com sífilis, dermite nos dedos, uma aliança empenhada e os dentes em petição de miséria.
Misael tirou Maria Elvira da vida, instalou-a num sobrado no Estácio, pagou médico, dentista, manicura... Dava tudo quanto ela queria.
Quando Maria Elvira se apanhou de boca bonita, arranjou logo um namorado.
Misael não queria escândalo. Podia dar urna surra, um tiro, urna facada. Não fez nada disso: mudou de casa.
Viveram três anos assim.
Toda vez que Maria Elvira arranjava namorado, Misael mudava de casa.
Os amantes moraram no Estácio, Rocha, Catete, Rua General Pedra, Olaria, Ramos, Bom Sucesso, Vila Isabel, Rua Marquês de Sapucaí, Niterói, encantado, Rua Clapp, outra vez no Estácio, Todos os Santos, Catumbi, Lavradio, Boca do Mato, Inválidos...
Por
fim na Rua da Constituição, onde Misael, privado de sentidos e inteligência,
matou-a com seis tiros, e a polícia foi encontra-la caída em decúbito dorsal,
vestida de organdi azul.
Manuel Bandeira
Em
uma análise podemos mostrar que:
Conflito:
um romance conturbado, que resulta em crime passional.
Personagens:
Misael e Maria Elvira.
Espaço:
Lapa, Estácio, Rocha, Catete e vários outros lugares.
Tempo:
Duração do relacionamento: três anos.
Quanto à estruturação narrativa
convencional:
Apresentação:
a união de Misael, 63 anos, funcionário público, a Maria Elvira, prostituta;
Complicação
ou desenvolvimento: a infidelidade de Maria Elvira obriga Misael a buscar nova
moradia para o casal;
Clímax:
as sucessivas mudanças de residência, provocadas pelo comportamento desregrado
de Maria Elvira, acarretam o descontrole emocional de Misael;
Desfecho:
a polícia encontra Maria Elvira assassinada com seis tiros.
Os
textos que não pertencem ao campo da ficção não são considerados narração, pois
essas não têm como objetivo envolver o leitor pela trama, pelo conflito.
Podemos dizer que nesses relatos há narratividade, que quer dizer, o modo de ser da narração.
Podemos dizer que nesses relatos há narratividade, que quer dizer, o modo de ser da narração.
Rodrigo Fabretti