Caco Barcellos, o repórter das injustiças sociais, como ele mesmo define, foi destaque no encerramento da 10ª Secomt (Semana de Comunicação Toledo), em Araçatuba.
O palestrante tem, por excelência, uma postura equilibrada, entre o jornalista e o cidadão-comum. Atento ao que lhe rodeia, demonstra sensibilidade, sem perder o profissionalismo. Sabe transmitir valores, compartilhar experiências, provocar reflexões e despertar interesses.
No programa “Profissão Repórter”, da Rede Globo, Caco convive com jovens jornalistas. Enfrenta vários desafios e uma missão: mostrar a notícia com diferentes ângulos. Um formato ousado e atrativo, que lhe rende méritos.
Barcellos também é referência em jornalismo investigativo, destacando-se, principalmente, em apurações sobre o tráfico e a violência. Não só em trabalhos televisivos, mas também em livros que conquistaram grande sucesso no meio jornalístico, como “Rota 66” e “Abusado”.
O primeiro tem a premissa de envolver o leitor em uma situação real, mas pouco explorada pela mídia: conflitos entre policiais e jovens da periferia, sob a ótica das vítimas. O segundo evidencia o universo das drogas e os protagonistas do tráfico, até então desconhecidos pela sociedade.
Durante a palestra, o jornalista apresentou duas reportagens. Além de falar sobre a produção e repercussão, Barcellos comentou sobre direcionamentos, personagens, mercado de trabalho e como empreender na área.
Para Caco Barcellos, o olhar diferenciado e crítico, a apuração responsável e o compromisso com as fontes são ferramentas indispensáveis na prática jornalística. Dentre seus ideais está a defesa dos menos favorecidos, o respeito ao próximo. “Quando o país deixar de ser injusto, eu vou ser o repórter das justiças sociais.
Por enquanto, sou das injustiças sociais”, afirma.
O jornalista não nasceu em “berço de ouro”. Aos 12 anos vendia passes escolares, depois ajudava na venda de frutas e verduras. Mais tarde enfrentava uma carriola, juntando vidros e ossos.
As palavras bem colocadas, a tranquilidade, o sorriso sereno de Caco Barcellos e a facilidade de compartilhar experiências não surpreendem. São peculiaridades dignas de quem, “por sorte”, venceu os obstáculos, e, com coragem, aprendeu a contar histórias.
Larissa Karoline
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